sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um cão me guiou

Shibli foi um grande sábio erudito. Em um determinado momento em sua vida, Shibli mudou completamente.

Então perguntaram a ele: "Quem o guiou no Caminho? Qual o nome deste Mestre?"

Dizem que Shibli respondeu contando o seguinte:

"Não foi uma pessoa, foi um cão!

Um dia cheguei às margens de um rio. Havia um remanso e a superfície da água estava completamente imóvel. Ali havia um cão.

Ele estava parado olhando a água. Parecia quase morto de sede. Ele olhava para a superfície da água e recuava assustado. Depois de alguns instantes ele repetia a aproximação e ao ver aquilo que parecia ser outro cão, embora fosse o seu próprio reflexo, ficava assustado e recuava novamente.

Depois de algumas tentativas, e muito motivado pela tamanha sede que sentia, ele abandonou o medo e pulou para dentro da água.

O cão então percebeu, que o reflexo havia desaparecido devido à agitação da superfície da água. Percebeu também que o obstáculo existente entre ele e aquilo que buscava, era ele próprio. Após enfrentar o seu medo, viu que a barreira havia se desvanecido."

E Shibli continuou:

"De uma forma semelhante, um grande obstáculo em minha vida se desvaneceu quando eu senti que aquilo que eu pensava ser eu mesmo, era o próprio obstáculo. E assim o meu Caminho me foi mostrado, primeiro pelo comportamento daquele cão."

http://www.nasrudin.com.br/ensinamentos/

quinta-feira, 29 de setembro de 2011



A Idade e a mudança


"Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo.

Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.

E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.

Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho?

Onde é que nós estamos?

Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.

Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se 'mudança'.

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.

Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.

Mudança, o que vem a ser tal coisa?

Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.

Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.

Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.

Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional.

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada,

chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.

Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos,

e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem,

só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.

Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho..."


Lya Luft
" O amor repousa no trabalho. Somente o trabalho que é feito não para obter fama, nem apreciação ou agradecimento daqueles a quem é dirigido, é trabalho de amor." 
Inayat Khan

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Jung O homem e seus Símbolos


Percepção da realidade

               “O homem, como podemos perceber ao refletirmos um instante, nunca percebe plenamente uma coisa ou a entende por completo. Ele pode ver, ouvir, tocar e provar. Mas a que distância pode ver, quão acuradamente consegue ouvir, o quanto lhe significa aquilo que toca e o que prova, tudo isso depende do numero e da capacidade dos seus sentidos. Os sentidos do homem limitam a percepção que este tem do mundo à sua volta. 
                “Além disso, há aspectos inconscientes na nossa percepção da realidade. O primeiro deles é o fato de que, mesmo quando nossos sentidos reagem à fenômenos reais, a sensação visuais e auditivas, tudo isso, de certo modo, é transposto da esfera da realidade para a da mente."

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Distinguindo o bom do mau

Um padeiro queria conhecer Uways, e este foi à padaria disfarçado de mendigo. Pegou um pão, começou a comê-lo: o padeiro espancou-o e atirou-o na rua.

- Louco! - disse um discípulo que chegava - não vê que expulsou o mestre que queria conhecer?

Arrependido, o padeiro foi até a rua, e perguntou o que podia fazer para que o perdoasse. Uways pediu que convidasse a ele e seus discípulos para comer.

O padeiro levou-os até um excelente restaurante, e pediu os pratos mais caros.

- Assim distinguimos o homem bom do homem mau disse Uways para os discípulos, no meio do almoço. - Este padeiro é capaz de gastar dez moedas de ouro num banquete porque sou célebre, mas é incapaz de dar um pão para alimentar um mendigo com fome.

domingo, 25 de setembro de 2011

Clarice Lispector - Precisão

O que me tranquiliza

é que tudo o que existe,

existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete

não transborda nem uma fração de milímetro

além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.

Pena é que a maior parte do que existe

com essa exatidão

nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós

como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,

a perfeição.

sábado, 24 de setembro de 2011

Tarsila do Amaral

Modernismo Brasileiro
Com carinha de pintura Naif... adoro!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O olho e o espirito - Merleau- Ponty

Ora, se na pintura tínhamos um espectador móvel, olhando uma imagem estática – ou que

permitiria uma pequena mobilidade do olhar –, a quem o autor compara a um “andarilho

a observar o mundo que o rodeia”, no cinema temos o espectador viajante de trem, que

olha o movimento da paisagem através da velocidade com que esta passa pelo

enquadramento de sua janela: olho móvel, corpo imóvel

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Martha Medeiros

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.

Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.

Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.

Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.

Nem eu sou o que penso que eu sou.

Nem nós o que a gente pensa que tem.

Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar.

Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.

Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo.

Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido. Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas.

Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.

Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.

Impaciente onde você vê ousadia.

Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.

E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

Martha Medeiros

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cora Coralina

O Cântico da Terra



Eu sou a terra, eu sou a vida.

Do meu barro primeiro veio o homem.

De mim veio a mulher e veio o amor.

Veio a árvore, veio a fonte.

Vem o fruto e vem a flor.



Eu sou a fonte original de toda vida.

Sou o chão que se prende à tua casa.

Sou a telha da coberta de teu lar.

A mina constante de teu poço.

Sou a espiga generosa de teu gado

e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.

De mim vieste pela mão do Criador,

e a mim tu voltarás no fim da lida.

Só em mim acharás descanso e Paz.



Eu sou a grande Mãe Universal.

Tua filha, tua noiva e desposada.

A mulher e o ventre que fecundas.

Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.



A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.

Teu arado, tua foice, teu machado.

O berço pequenino de teu filho.

O algodão de tua veste

e o pão de tua casa.



E um dia bem distante

a mim tu voltarás.

E no canteiro materno de meu seio

tranqüilo dormirás.



Plantemos a roça.

Lavremos a gleba.

Cuidemos do ninho,

do gado e da tulha.

Fartura teremos

e donos de sítio

felizes seremos.



Cora Coralina

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Jung


"Podemos afirmar que toda mãe contém em si a filha, e toda filha contém em si a mãe, que toda mulher se estende par trás em sua mãe e para frente em sua filha. Essa participação e entremesclagem geram uma incerteza peculiar em relação ao tempo: a mulher vive antes como mãe, depois como filha. A conscientização desses laços gera nela o sentimento de que vida se estende, ao longo das gerações – que é o primeiro passo rumo à experiência imediata e a convicção de estar fora do tempo, que por sua vez provoca uma sensação de imortalidade. A vida individual é elevada a um tipo, tornando-se na realidade o arquétipo do destino da mulher em geral."

“Psychologicval Aspects of the Kore” em Essays on a Science of Mythology,

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alice Ruiz

olhar o mesmo olho


com outros olhos

em outro olhar

o mesmo olho

nos mesmos olhos

o olhar do outro

de olho

Alice Ruiz

domingo, 18 de setembro de 2011

Melancolia




Melancholia (EUA, 2011), escrito e dirigido por Lars Von Trier, com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Keifer Sutherland, Charlotte Rampling, John Hurt, Alexander Skarsgard, Stellan Skarsgard e Udo Kier
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Um belo filme com excelente fotografia de Manuel Alberto Carlo, principalmente nos super slow-motions do início.
Conta com referências artísticas marcantes:
Wagner na trilha, principalmente o prelúdio de Tristão e Isolda.
Os Caçadores na Neve de Bruegel,
Ofélia de Millais,
Melancholia de Durer.
Não é um filme se entretenimento. Trata da depressão em suas várias formas. Adorei como o diretor mostra o ser humano multifacetado, a incrível capacidade de surpreender. Por isso que não gosto de rótulos. O que se percebo de uma pessoa hoje pode ser completamente diferente em outra situação. Cada um tem suas dificuldades e seus tesouros. E a esperança, afinal, pode ser  encontrada de forma inusitada!

sábado, 17 de setembro de 2011

Rumi Masnavi

Como pode a mera espuma mover-se senão pelas ondas?
Como pode a poeira subir ao alto se não for erguida pelo vento?
Quando vês uma nuvem de poeira, vê o vento também!
Quando vês a espuma, vê o oceano que a carrega!
Ah! Olha até que possas ver tua própria e verdadeira causa final,
O resto de ti é só gordura e carne, urdidura e trama.
Tua gordura não acende nem luz nem chama em um lampião;
Tua carne modelada não é boa para assar.
Queima, então, todo esse teu corpo com discernimento;
desperta para a visão,
para a visão,
para a visão!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Teoria da Atração

TEORÍA DE LA ATRACCIÓN



“Hay una fuerte propensión

que danza a través de cada átomo,

y atrae la partícula más minúscula

a un objeto particular;

busca a través de este universo

desde su base hasta su cima,

del fuego al aire, del agua a la tierra,

desde más abajo de la luna

hasta por encima de las esferas celestes,

y no encontrarás un corpúsculo

desprovisto de esta capacidad de atracción natural:

el punto exacto del primer hilo

en esta madeja aparentemente embrollada

no es otro que tal principio de atracción,

y todos los principios a su lado

están faltos de una base real;

de tal propensión surge toda moción

percibida en los cuerpos celestes o terrestres:

es una disposición a ser atraido

la que enseñó al duro acero

a correr desde su lugar y adherirse al magneto;

es la misma disposición

la que impulsa a la liviana paja

a adherirse firmemente al ambar;

es esta cualidad la que otorga

a cada sustancia de la naturaleza

una tendencia hacia la otra,

y una inclinación forzosamente dirigida

hacia un punto determinado".



SHIRIN Y FARHAD

Shirin e Farhad  é uma das lendas persas mais conhecidas, contada por diversos poetas ao longo dos séculos.



Jung



"Os pensamentos são como pássaros; eles chegam e fazem ninho nas árvores da consciência por algum tempo, e depois alçam vôo de novo. São esquecidos e desaparecem."

Jung - o mapa da alma, Murray Stein

terça-feira, 13 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

dadaísmo

DADAÍSMO


Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.

Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.

Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.

sábado, 10 de setembro de 2011

Martha Medeiros


Aquarela Césanne


Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de "passou". Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro.
Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nasrudin

Nasrudin estava viajando à noite em sua carroça. Ele estava se dirigindo para uma cidade onde nunca tinha estado. Sua mulher ia sentada ao seu lado na boléia.

Já era muito tarde e haviam muitas bifurcações que faziam Nasrudin ter dúvidas à respeito do caminho.
Em determinado momento ele percebeu que estava completamente perdido. Não tinha a menor idéia de onde estava e qual a estrada deveria seguir.

Ele então resolveu parar e esperar alguém passar para pedir informações. Ficou alí por muito tempo sem que ninguém aparecesse.

Nasrudin já estava perdendo as esperanças quando uma outra carroça se aproximou sendo conduzida em uma boa velocidade. Antes que pudesse fazer sinal para o condutor a carroça passou por ele, entrou na estrada à sua direita deixando muita poeira para trás.

Nasrudin não pensou duas vezes. Chicoteou o cavalo, balançou as rédeas e saiu em disparada atrás da outra carroça. Onde ela entrasse, Nasrudin a seguia sem perdê-la de vista.

Depois de um certo tempo, a mulher de Nasrudin perguntou: "O que você está fazendo? Com certeza ele sabe para onde está indo. Por que você o está seguindo se não é para lá que você quer ir? "
Nasrudin então respondeu: -"Quando não se consegue decidir que caminho tomar, o melhor é seguir alguém que sabe para onde está indo do que continuar perdido. Você não acha?".

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior."

Martha Medeiros

domingo, 4 de setembro de 2011

Mário Gruber

Mário Gruber Correia (Santos SP 1927), autodidata em pintura, inicia seus trabalhos em 1943. Três anos mais tarde, em São Paulo, estuda com o escultor Nicola Rollo na Escola de Belas Artes de São Paulo, e passa a pintar em praça pública, quando trava contato com Mario Zanini e Bonadei. Trabalha com Di Cavalcanti e estuda gravura com Poty, durante 1948. Com bolsa de estudos do governo francês viaja, em 1949, para Paris, onde estuda na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts com Édouard Goerg. Ao retornar para o Brasil, funda o Clube de Arte, em Santos, e leciona gravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre 1951 e 1953. Neste ano, trava contato, em Santiago do Chile, com o muralista Diego Rivera, que lhe transmite ensinamentos sobre materiais e técnicas da pintura mural. Funda a União dos Artistas Plásticos de São Paulo em 1956. Entre 1961 e 1964, leciona gravura em metal na Fundação Armando Álvarez Penteado. Na década de 70, monta oficina onde trabalham vários artistas, entre eles Wesley Duke Lee e Frederico Nasser. Dedica-se em especial à calcografia e produz edições de gravura em metal na Impremérie Georges Leblanc, Paris. A partir de 1979, monta ateliê em Nova York, quando divide suas atividades entre esta cidade, Paris e São Paulo. Em 1982, é homenageado com o curta-metragem A Arte Fantástica de Mário Gruber, de Nelson Pereira dos Santos.


Fonte: Itaú Cultural
Série Meninas
Técnica: óleo sobre tela colado em madeira
Medida: 73 x 60 cm
Data: 1980




Título: ASTOLFO
Técnica: óleo sobre tela
Medida: 95 x 95 cm
Data: 1987


sábado, 3 de setembro de 2011

Clarissa Pinkola Éstes - para os homens...

O momento crítico ocorre quando  a pessoa se permite amar "apesar de"... apesar de ter suas angústias, apesar de ficar nervoso, apesar de ter sido ferido anteriormente, apesar de temer o desconhecido.
As vezes não existem palavras que estimulem a coragem. As vezes é preciso simplesmente mergulhar. tem de haver em algum ponto da vida de um homem um período em que ele confie na direção que o amor o levar [...] Sua confiança não depende de que sua parceira não o magoe. Ela é uma confiança na possibilidade de cura de qualquer sofrimento que ele sofra, uma confiança na nova vida que se segue à antiga. Uma confiança na existência de um significado mais profundo em todas essas coisas

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Alguns pensamentos são como orações. Em certas ocasiões, qualquer que seja a posição do corpo, 
a alma está de joelhos." 
Victor Hugo

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rumi

Quando a água e a argila
se alimentaram
do sopro de Jesus
transformaram-se num pássaro
que estendeu suas asas e voou.
Tua louvação de Deus é uma exalação
da água e da argila de teu corpo
por insuflação da sinceridade
do teu coração.

Extraído de Sobre amantes e mendigos, de Manuel Aguiar