Quem Sou Eu?
Depois de uma longa
viagem, Nasrudin deu de cara com uma turbulenta multidão em uma grande cidade.
Nunca havia visto um lugar tão grande e lhe confundiam a cabeça todas aquelas
pessoas amontoadas pelas ruas.
“Num lugar assim”,
refletia Nasrudin consigo mesmo, “fico imaginando como é que as pessoas fazem
para não se perderem de si mesmas, para saberem quem são.”
Então, pensou: “Devo
recordar-me bem de mim, caso contrário poderia perder-me de mim mesmo”. Mais
que depressa, procurou uma hospedaria.
Um sujeito brincalhão
estava acomodado numa cama próxima àquela reservada a Nasrudin.
O Mullá pensou em
fazer a sesta, mas estava diante de um problema: como encontrar novamente a si
mesmo ao acordar. Confidenciou seu problema ao vizinho.
“Muito simples”,
disse o tal brincalhão. “Aqui tem um balão. Basta amarrá-lo na sua perna e ir
dormir. Quando acordar, procure o homem com o balão e esse homem será você.”
“Excelente idéia”,
disse Nasrudin.
Algumas horas depois,
o Mullá acordou. Procurou o balão e o achou amarrado na perna do vizinho
brincalhão.
“É, esse aí sou eu”,
pensou. Então, apavorado, começou a sacudir o sujeito: “Acorda! Algo aconteceu,
do jeito que eu imaginei que aconteceria! Sua idéia não foi boa!”
O homem acordou e
perguntou qual era o problema. Nasrudin apontou-lhe o balão.
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Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes. Jalal ud-Din Rumi Neste blog você encontra poesias, textos escolhidos de diversos autores, dicas e alguns textos meus. Um mosaico dos encantos da mandala da vida.
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