Dentro deste mundo há outro mundo
impermeável às palavras. Nele nem a vida teme a morte,
nem a primavera dá lugar ao outono.Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes,
até mesmo as rochas e árvores exalam poesia.Aqui, a coruja transforma-se em pavão,
o lobo em belo pastor.Para mudar a paisagem,
basta mudar o que sentes; e se queres passear por estes lugares,
basta expressar o desejo.Fixa o olhar no deserto de espinhos.
- Já é agora um jardim florido!Vês aquele bloco de pedra no chão?
- Já se move e dele surge a mina de rubis!Lava tuas mãos e teu rosto
nas águas deste lugar, que aqui te preparam um fausto banquete.
Aqui todo o ser gera um anjo;e quando me vêem subindo aos céus
os cadáveres retornam à vida.
os cadáveres retornam à vida.
Decerto viste as árvores crescendo da terra,
mas quem há de ter visto o nascimento do Paraíso?
Viste também as águas dos mares e rios,
mas quem há de ter visto nascer
uma única gota d`água
de uma centúria de guerreiros?
Quem haveria de imaginar essa morada,
esse céu, esse jardim do paraíso?
Tu, que lês este poema, traduze-o.
Diz a todos o que aprendeste
sobre este lugar.
Rumi