"O que é destino?", um erudito perguntou a Nasrudin.
"Uma sucessão interminável de eventos entrelaçados, um influenciando o outro."
"Essa resposta é pouco satisfatória. Acredito em causa e efeito."
"Muito bem", disse o Mulá, "veja aquilo." Ele apontou para um cortejo passando na rua.
"Aquele homem está sendo levado para a forca. Será porque alguém deu a ele uma moeda de prata e o capacitou a comprar a faca com que cometeu o assassinato; ou porque alguém o viu fazê-lo; ou porque ninguém o deteve?"
Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes. Jalal ud-Din Rumi Neste blog você encontra poesias, textos escolhidos de diversos autores, dicas e alguns textos meus. Um mosaico dos encantos da mandala da vida.
Marcadores
A arte de viver
(51)
Arte
(146)
Cantos de todo canto
(79)
Carlos Drummond de Andrade
(15)
Cecilia Meireles
(4)
cenas do cotidiano
(3)
citações
(1)
Clarissa Pinkola Estés
(18)
Contos de Nasrudin
(39)
Contos e encantos
(40)
Contos sufi
(29)
Deuses e Homens
(1)
Dicas
(38)
Escritos esparsos
(1)
Extratos de sabedoria
(57)
Fazendo a cabeça
(15)
Flora Figueiredo
(2)
Fora de Ordem
(11)
Fotos Pessoais
(6)
Frases
(97)
João Cabral de Melo Neto
(2)
Mario Quintana
(14)
Meus Devaneios
(76)
Neurocencias
(1)
Nós mulheres
(75)
Omar Khayyam
(5)
Os sentidos
(7)
Planeta Terra
(14)
poesia
(197)
poesia e prosa
(84)
Provérbios
(5)
Rir é melhor
(15)
Rituais e mitos
(9)
Rumi
(56)
Símbolos
(26)
Textos
(99)
Universo
(7)
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Mulheres
Monica Stewart |
“A imagem de reunir-se em comunidade, corresponde a um
motivo feminino arquetípico: fiar e tecer, as atividades que envolvem a
conjugação de muitos fios individuais na produção de uma unidade coletiva,
maior e mais forte.”
Marcadores:
Arte,
Nós mulheres,
Textos
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Manoel de Barros
A nossa velha casa
Ao ver o abandono da velha casa: o mato a crescer das
paredes
Ao ver os desenhos de mofo espalhados nos rebocos carcomidos
Ao ver o mato a subir no fogão, nos retratos, nos armários
E até na bicicleta do menino encostada no batente da casa
Ao ver o musgo e os limos a tomar conta do batente
Ao ver o abandono tão perto de mim que dava até para lamber
Pensei em puxar o alarme
Mas o alarme não funcionou.
A nossa velha casa ficou para os morcegos e os gafanhotos.
E os melões-de-são-caetano que subiram pelas
paredes já estão dando seus frutos vermelhos.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Nasrudin - Sopa de Lágrimas
A mulher do mulla Nasrudin estava muito zangada com ele. Por isso lhe trouxe uma sopa fervendo, e não o avisou de que ele poderia queimar-se ao tomá-la.
Mas ela também estava com fome e, assim que a sopa foi servida, sorveu um gole. Lágrimas de dor verteram de seus olhos. Mas mesmo assim ela ainda esperava que o mulla se queimasse.
-"Minha querida, que aconteceu?" Perguntou Nasrudin.
-"Eu só estava pensando na minha pobre e velha mãe. Quando viva, ela gostava muito desta sopa. Por isso as lágrimas."
Nasrudin então tomou um gole escaldante da própria tigela.
Lágrimas lhe escorreram pelo rosto.
-"Está chorando, Nasrudin?" Perguntou a mulher.
-"Estou! Estou chorando ao pensar que sua velha mãe está morta, pobrezinha! Mas que deixou alguém como você na terra dos vivos." Justificou Nasrudin.
Mas ela também estava com fome e, assim que a sopa foi servida, sorveu um gole. Lágrimas de dor verteram de seus olhos. Mas mesmo assim ela ainda esperava que o mulla se queimasse.
-"Minha querida, que aconteceu?" Perguntou Nasrudin.
-"Eu só estava pensando na minha pobre e velha mãe. Quando viva, ela gostava muito desta sopa. Por isso as lágrimas."
Nasrudin então tomou um gole escaldante da própria tigela.
Lágrimas lhe escorreram pelo rosto.
-"Está chorando, Nasrudin?" Perguntou a mulher.
-"Estou! Estou chorando ao pensar que sua velha mãe está morta, pobrezinha! Mas que deixou alguém como você na terra dos vivos." Justificou Nasrudin.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Mia Couto - Fui sabendo de mim
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Funcionamento Cerebral
A Dra Jill Taylor, neurocientista, após ter sofrido um derrame cerebral,
nos brinda com essa preciosidade: "Todo meu autoconceito se alterava, porque não me percebia
mais como um indivíduo, uma entidade sólida com limites que me separavam das entidades
a minha volta. Entendi que, num nível mais elementar, era fluído. É claro que era fluído! Tudo que nos cerca, tudo que nos diz respeito, tudo entre nós, dentro de nós e sobre nós é feito de átomos e
moléculas que vibram no espaço. Embora o ego central do centro da linguagem prefira definir o
eu como individual e sólido, muitos sabem que somos feitos de trilhões de células, galões de
água, e tudo em nós existe em constante estado de atividade."
Greg Dunn, neurocientista e artista |
Marcadores:
A arte de viver,
Neurocencias
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Cecilia Meireles
"Escuto a chuva batendo
nas folhas, pingo a pingo. Mas há um caminho de sol
entre as nuvens escuras."
Marcadores:
Cecilia Meireles,
Fotos Pessoais,
poesia e prosa
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Wagner Moura - espetacular!
Depoimento de Wagner Moura - (apesar de transcorrido um tempo, atemporal!)
“Quando estava saindo da cerimônia de entrega do prêmio
APCA, há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado.
Ele disse que me amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma
entrevista para seu programa de TV no interior. Mesmo estando com o táxi de
porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a
entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época
da gentileza, do muito obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda
sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total. Ele me perguntou uma ou duas
bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador do
programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para
a câmera rindo. Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui
percebendo que estava fazendo parte de um programa de TV, desses que sacaneiam
as pessoas. Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em
enfiar a porrada no garoto, mas imediatamente entendi que era isso mesmo que
ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a condição humana, e tudo que
consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror),
virar as costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. Não
satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi depois que eu entrei, eu tentei
fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo.
Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de
família! Mas fiquei quieto, tipo assalto, em que reagir é pior.
” O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão
jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice ”
O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço
em que chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos
outros é engraçado? Qual será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir
os incautos com pedaços de pau para o deleite sorridente do telespectador?
Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas
públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz,
por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens
da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na
cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a
espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a
coisa tá feia.
” Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar.
Afinal de contas, vai dar mais audiência ”
Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo
da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na
TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim
como deve gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio.
Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O
preço da fama? Não engulo essa. Tive pai e mãe. Tinham pais esses paparazzi que
mataram a princesa Diana? É jornalismo isso? Aliás, dá para ter respeito por um
sujeito que fica escondido atrás de uma árvore para fotografar uma criança no
parquinho? Dois deles perseguiram uma amiga atriz, grávida de oito meses, por
dois quarteirões. Ela passou mal, e os caras continuaram fotografando.
Perseguir uma grávida? Ah, mas tá reclamando de quê? Não é famoso? Então
agüenta! O que que é isso, gente? Du Moscovis e Lázaro (Ramos) também já
escreveram sobre o assunto, e eu acho que tem, sim, que haver alguma reação por
parte dos que não estão a fim de alimentar essa palhaçada. Existe, sim, gente
inteligente que não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos
programas de TV. Existe, sim, gente que tem outros valores, como meus amigos do
MHuD (Movimento Humanos Direitos), que estão preocupados é em combater o
trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes
latifúndios, o aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa
vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom humor. Há, sim, gente que pensa
diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados.
No dia seguinte, o rapaz do programa mandou um e-mail para o
escritório que me agencia se desculpando por, segundo suas palavras, a “cagada”
que havia feito. Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar.
Afinal de contas, vai dar mais audiência. E contra a audiência não há
argumentos. Será?"
Marcadores:
A arte de viver,
cenas do cotidiano,
Textos
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
La Historia de Mushkil Gusha - El Disipador de Dificultades.
Esta é toda a história de Mushkil Gusha - O dissipador de todas as dificuldades, de quem devemos sempre nos lembrar!
O vídeo fica bem melhor se alterar a qualidade da imagem....
Obrigada!
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Guimarães Rosa
"Porque a cabeça da
gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas,
muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça,
para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente - o que
produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem
perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde,
um descanso na loucura."
William TURNER, Castelo Arundel com Arco-iris, 1824, aquarela, British Museum |
Marcadores:
Arte,
poesia e prosa,
Textos
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Nasrudin
Entende o que quero dizer?
Nasrudin estava jogando punhados de migalhas em volta da casa.
"O que está fazendo?", alguém lhe perguntou.
"Mantendo os tigres afastados."
"Mas não existem tigres por essas bandas Nasrudin."
"Exatamente," respondeu. "Eficaz, não?"
Extraído de: As façanhas do incomparável Mulá Nasrudin, Idries Shah
Nasrudin estava jogando punhados de migalhas em volta da casa.
"O que está fazendo?", alguém lhe perguntou.
"Mantendo os tigres afastados."
"Mas não existem tigres por essas bandas Nasrudin."
"Exatamente," respondeu. "Eficaz, não?"
Extraído de: As façanhas do incomparável Mulá Nasrudin, Idries Shah
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Hellen Cottle
http://helencottle.com.au/gallery
É impressionante o que um toque de vermelho é capaz de fazer!
Mário Prata
Recebi da minah querida Rita, bárbaro!
Criado-mudo
(Mario Prata)
Tudo começou quando resolvi me mudar do décimo para o quarto
andar, aqui mesmo, neste edifício da Alameda Franca. Um carrinho de
supermercado seria o suficiente. Queria fazer lá embaixo um lar, já que isso
aqui virou um vício.
Lá no quarto andar, tem quatro apartamentos.
Eu não conhecia ainda os vizinhos quando o fato se deu.
Passei o dia levando coisas lá para baixo. Há dois dias faço isso, ajudado pela
Cristina.
Uma das últimas viagens e lá ia eu com a Cris ao lado,
descendo pelo elevador.
Carregávamos o criado-mudo. O criado-mudo tem uma gavetinha.
Quando a porta se abriu, havia duas famílias esperando. Meus
vizinhos.
Pai, mãe, crianças e até uma avó. Foi quando eu estendi o
braço para me apresentar como o novo vizinho que tudo aconteceu.
E foi muito rápido. Muito.
Quando eu tirei a mão do movelzinho para cumprimentar
aqueles que agora são meus vizinhos, a gavetinha deslizou. Eu ainda tentei uma
gingada com o corpo pra ver se evitava a catástrofe, mas não adiantou.
A filha da mãe estava indo para o chão, lisa como quiabo,
com tudo dentro.
E não existe nada mais indiscreto que uma gavetinha de
criado-mudo de um homem que mora sozinho. Ou mesmo que não more. Ali você vai
jogando coisinhas, papéis.
Coisas, enfim.
Coisas que só têm um destino na vida: a gavetinha do
criado-mudo.
Entre a danada escapar do móvel e esparramar tudo pelo chão,
não devem ter sido nem dois segundos. Mas estes dois segundos foram sofridos.
Neste pedacinho de tempo tentei, em vão, me lembrar do que
era que tinha lá dentro e, conseqüentemente, toda a vizinhança ia ver. Além da
Cristina.
Não deu outra. A gaveta caiu de quina e tudo voou, de cabeça
pra cima, tudo querendo se mostrar.
Há quanto tempo aquilo tudo não via a luz do dia, já que
ficavam debaixo do abajur lilás? E não ficou tudo amontoadinho, não. O material
se esparramou legal pelo hall.
Diante do que vi no primeiro bater de olhos, a idéia foi
pular em cima e cobrir tudo com o corpo até todo mundo sumir dali.
Sim, na gavetinha do criado-mudo a gente joga tudo.
Pelos meus cálculos, devia ter coisas ali dos últimos cinco
anos.
Eu não tinha idéia do que é que estava indo para o chão e
aos olhos da vizinhança estupefata.
Um pedaço da minha vida estava ali, no chão, sujeito à
visitação pública.
Uma vergonha.
E o pior é que não dava para pegar tudo de uma vez. Teve
pilha que rolou escada abaixo. Moedinhas rodopiavam sem parar, fazendo aquele
barulhinho.
A primeira coisa que a Cristina recolheu foi um par de
brincos douradérrimos.
Que não eram dela. E eu não ia explicar ali que eu não tinha
a menor idéia de quem foram. Podiam estar ali há cinco, seis anos.
As crianças olharam para três camisinhas e deram-se sorrisos
cúmplices.
Não foi bem este o olhar da Cris.
Aquele pequeno despertador com o vidro quebrado. Estava
parado às 10h10 do dia 23, sabe-se lá de que mês ou ano. Três edições da
Playboy. Velhas. Uma da Tiazinha. Constrangimento.
Pra minha sorte, bem ao lado caiu a História da Filosofia,
de I. Khlyabich.
E o livro daquela jovem namorada do Sallinger, do Apanhador
no Campo de
Centeio. Amenizou um pouco.
E as camisinhas eram de 98, tava escrito lá.
Limpou um pouco a barra. Um pouco.
Sim, por outro lado, mostrava que desde 98 que eu... Deixa
pra lá.
Tinha o menu da minha aula de culinária de março.
Tinha procurado tanto o Guia de Acesso Rápido do celular.
Tava lá.
Agora eu ia aprender a apagar os telefones vencidos da
caixa.
Meu Deus, o que é aquilo no pé do garoto? Viagra!
E o filho da mãe pegou e mostrou para o pai, que me olhou
com pena, com dó: tão jovem...
Tive que dar explicações: - Hehe, é o Jair, que é do 103,
psicanalista, amostra grátis...
Cris, com os alheios brincos na mão, escondeu o Viagra.
Vexame total.
Mas isso era só o começo da minha vida esparramada no chão
de mármore.
- A conta da compra do computador que eu dei para a minha
irmã.
- Duas pilhas Duracell que jamais saberemos se estão boas ou
já usadas.
Esse problema de pilhas soltas me enlouquece.
- Sabe aquelas moedinhas de orelhão que não funcionam mais?
Várias.
- Uma foto minha com a atriz Manoella Teixeira, abraçados na
porta do Ritz
(isso foi há dois anos, fui logo explicando).
- Uma cartela de Lexotan, uma de Frontal e uma de Zoloft.
Pronto, os vizinhos não teriam mais dúvidas. Um louco deprimido se aproximava.
- Quatro canetas Bic que eu duvido que ainda funcionem.
- Uma capinha de celular que eu comprei há uns quatro anos e
não serviu.
- Uma caneta dessas de marcar texto, aquela amarela, sabe?
Seca, é claro.
- Um tubo de Redoxon, vencido há várias gripes.
- Um papelzinho com um telefone que jamais saberemos de quem
é.
- Um benjamim.
- Um tubo (suspeitíssimo) de Hipoglós.
- Um disquete de computador sem nada escrito nele. O que
pode ter aqui?
- Um par de óculos escuros que nunca foram meus.
- Umas cinco ou seis chaves que nunca saberei que portas
abrem.
- Um livrinho mandado (e escrito) por um leitor, com o nome
Ser Gay é Ser Alegre.
Como explicar isso, de joelhos?
- E, para encerrar o meu derrame, um papel em branco com um
beijo de batom
vermelho, bem no meio. Tentei dizer que era da minha
afilhada, Maria Shirts, mas não colou.
Fui recolhendo aquilo tudo, aqueles pedaços da minha vida e
colocando de novo dentro da gavetinha. E me levantei.
Entramos em silêncio no apartamento, eu certo de que ia
começar uma nova vida ali.
Mas logo cheguei à conclusão de que a gente nunca começa
nada, a gente continua.
Ajeitei o criado-mudo ao lado da cama.
Fiquei olhando para o indiscreto móvel que eu achava mudo.
Mas que, em dez segundos, contara cinco anos da minha vida.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Dan Millman
“As pessoas se votam para Deus quando têm as bases abaladas,
apenas para descobrirem ser Ele a causa do abalo. A mente consciente nem sempre
pode prever o que é para nosso bem maior. A fé envolve uma confiança básica no
universo: que tudo é para nosso bem maior. Eis em acredito.
_ Você acha mesmo que é assim?
_ Não tenho certeza, mas decidi acreditar nisso porque,
quando o faço, e ajo de acordo com isso, minha vida fluí melhor. A minha
atitude se mantém forte e positiva. E vejo as dificuldades como um
“levantamento de peso espiritual”, um desafio destinado a fortalecer o
espírito.”
Marcadores:
A arte de viver,
Textos
Assinar:
Postagens (Atom)