quinta-feira, 21 de março de 2013

O beijo do amado - RUMI

O ladrão de corações
deu-me um único beijo e partiu.
O que seria de mim
se me tivesse dado sete?

Todo lábio que o meu amado beija
guarda sempre a sua marca:
rachaduras abertas na ânsia de sugar
a doçura de seus lábios.

Guarda ainda outra marca:
o desejo louco da água da vida
que a cada instante força o amor
a remover mil fogueiras.

E outra marca mais: o corpo,
assim como o coração, desembestado,
corre de encontro ao beijo
para tornar-se leve e delicado
como os lábios do meu amado.

Ah que suavidade inebriante vem
desse amor que desconhece limites!



Poemas Místicos, Attar Editorial

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