É com muita satisfação que vejo surgir um movimento coletivo
no Brasil, com milhares de pessoas indo às ruas. Estava cansada de ver os
interesses individuais sobrepondo-se aos interesses coletivos. Para mim, é isso
que vinha acontecendo no Brasil.
Por exemplo:
As pessoas, sentindo-se inseguras, ameaçadas pela falta de
segurança nas ruas, isolando-se em condomínios fechados, com altos muros, para
proteger-se. E o que aconteceu? Arrastão de roubos em bares e restaurantes, na
praia... Ou seja, não há como se esconder.
Se a educação pública está ruim, procurando escolas
particulares, com custos altíssimos, para assegurar uma educação melhor para os
seus.
Se a saúde pública é deficitária, pagando convênios
particulares e com isso esperando contar com um atendimento médico mais
adequado. Esperando, pois a realidade mostra que nos mesmos convênios, os
médicos são controlados quanto aos pedidos de exames e a espera por atendimento
se torna cada vez maior, em consultórios, clínicas e hospitais.
Se os transportes públicos são demorados, quentes e pouco
eficientes, comprando seus próprios carros ou motos. E, aumentando enormemente
o volume de tráfego nas ruas, produzindo consgestionamentos e a mesma demora da
qual se tentou escapar.
Ou seja, não adiantou sobrecarregar-se com despesas que
deveriam ou poderiam estar a cargo do estado, do país. Não adiantou buscar
rotas individuais alternativas; vivemos em coletividades, somos urbanos. Não
adianta nada uma taxa de impostos desmedidos se eles não revertem em benefícios
para a população, beneficiando, ao contrário, a classe política em si.
Coloquei no passado pois acredito que percebemos, com esse
enorme movimento das pessoas indo para as ruas, que temos poder. O poder de
mudar as situações que nos são desfavoráveis. Temos direitos e agora, podemos
exigi-los, coletivamente.
Me lembra os Saltimbancos, de Chico Buarque, em 1977
Todos juntos somos fortes /Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco/Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo/Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes/Não há nada pra temer
Resta-nos ir em busca de informações de como fazer isso. Um
estouro de boiada, descontrolada, não levará a lugar algum. A democracia, o
direito de escolher nossos próprios representantes, está consolidada, disponível.
Vamos exercê-lo conscientemente. Saber como é empregado o dinheiro arrecadado
de todos nós. Pensar coletivamente e assim, garantir uma cidade, um estado e um
país melhor para cada um e para todos nós!
Poxa que que palavras maravilhosas, não conheço você, mas fica fácil descobrir tratar-se de um ser especial com os melhores dos princípios, civismo e brasilidade.
ResponderExcluirParabéns, pessoas como você me fazem crer que ainda temos saída.
Meu nome é João Carvalho - moro em Porto Velho/Rondônia.