Tem dias que a gente se sente,
como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
ou foi o mundo então que cresceu.
A gente quer ter voz ativa
no nosso destino mandar
mas eis que chega a roda vida
e carrega o destino pra lá.
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração.
Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes. Jalal ud-Din Rumi Neste blog você encontra poesias, textos escolhidos de diversos autores, dicas e alguns textos meus. Um mosaico dos encantos da mandala da vida.
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domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
03B - Inauguração do Teatro Bandeirantes - 12/08/1974
Hoje seria o aniversário de Tim Maia. figuraça!
Quintana
Do Prazer
Quanto mais leve mais sutil
O prazer que das coisas nos provém.
Escusado é beber todo um barril
Para saber que gosto o vinho tem.
Das Idéias
Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...
Quanto mais leve mais sutil
O prazer que das coisas nos provém.
Escusado é beber todo um barril
Para saber que gosto o vinho tem.
Das Idéias
Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...
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Mario Quintana,
poesia e prosa
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Dia de São Cosme e São Damião
Diz a lenda que os santos eram dois pequenos
príncipes gêmeos que traziam sorte a todos e resolviam os problemas mais
difíceis das pessoas. Em troca, pediam doces, balas e brinquedos. Durante uma
brincadeira e uma cachoeira, um deles caiu e morreu afogado. O gêmeo que
sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu
irmão, pedia sempre a Orumilá (orixá da mitologia Yoruba) que o levasse para
perto do irmão. Orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu,
deixando na Terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de
ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Rumi - O fogo que derrete o véu
Atenta para as
sutilezas
que não se dão em
palavras.
Compreende o que não
se deixa
capturar pelo
entendimento.
Dentro do coração
empedernido do homem
arde o fogo que
derrete véus de cima abaixo.
Desfeito o véu,
o coração descobre as
histórias do Hidr
e todo o saber que vem
de nós.
A antiga história de
amor
entre a alma e o
coração
regressa sempre
em vestes renovadas.
Ao recitares
"sol"
contempla o sol.
Sempre que recitares "não sou"
contempla a fonte do que és.
Uruguai - Punta |
domingo, 23 de setembro de 2012
Fernando Pessoa - O pastor amoroso
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Drummond - Aparição amorosa
APARIÇÃO AMOROSA
Carlos Drummond de
Andrade
Doce fantasma, por que
me visitas
como em outros tempos
nossos corpos se visitavam?
Tua transparência
roça-me a pele, convida
a refazermos carícias
impraticáveis: ninguém nunca
um beijo recebeu de
rosto consumido.
Mas insistes, doçura.
Ouço-te a voz,
mesma voz, mesmo
timbre,
mesmas leves sílabas,
e aquele mesmo longo
arquejo
em que te esvaías de
prazer,
e nosso final descanso
de camurça.
Então, convicto,
ouço teu nome, única
parte de ti que não se dissolve
e continua existindo,
puro som.
Aperto… o quê? a massa
de ar em que te converteste
e beijo, beijo
intensamente o nada.
Amado ser destruído,
por que voltas
e és tão real assim
tão ilusório?
Já nem distingo mais
se és sombra
ou sombra sempre
foste, e nossa história
invenção de livro
soletrado
sob pestanas
sonolentas.
Terei um dia conhecido
teu vero corpo como
hoje o sei
de enlaçar o vapor
como se enlaça
uma idéia platônica no
espaço?
O desejo perdura em ti
que já não és,
querida ausente, a
perseguir-me, suave?
Nunca pensei que os
mortos
o mesmo ardor tivessem
de outros dias
e no-lo transmitissem
com chupadas
de fogo aceso e gelo
matizados.
Tua visita ardente me
consola.
Tua visita ardente me
desola.
Tua visita, apenas uma
esmola.
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Carlos Drummond de Andrade,
poesia
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Rumi - A lua do olho (trecho)
A eternidade é o espelho do tempo,
e o tempo é o espelho da eternidade.
Neste espelho os dois se enredam
como as tranças da lua.
Muito além dos sentidos
há uma nuvem cuja chuva é toda espírito.
Ah, que chuva ela faz cair
sobre o pó do nosso corpo!
e o tempo é o espelho da eternidade.
Neste espelho os dois se enredam
como as tranças da lua.
Muito além dos sentidos
há uma nuvem cuja chuva é toda espírito.
Ah, que chuva ela faz cair
sobre o pó do nosso corpo!
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Dakuwaqa's Garden - Underwater footage from Fiji & Tonga
Essa preciosidade me chegou através do André Ruschi.... maravilhoso!
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A arte de viver,
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domingo, 16 de setembro de 2012
Rumi
A noite passou e a nossa conversa não terminou.
Qual foi o pecado da noite?
Nossa fala, longa demais.
Qual foi o pecado da noite?
Nossa fala, longa demais.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Provérbio árabe
Deus fornece o alimento, os homens fornecem os cozinheiros.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Idries Shah - Chercheur de Vérité
"Vous ne pouvez juger d'une chose que si vous connaissez le contexte de son existance."
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Mario Benedetti - Defender a alegria
Defender a alegria
como uma trincheira
defendê-la do
escândalo e da rotina
da miséria e dos
miseráveis
das ausências
transitórias
e das definitivas
defender a alegria por
princípio
defendê-la do pasmo e
dos pesadelos
assim dos neutrais e
dos neutrões
das infâmias doces
e dos graves
diagnósticos
defender a alegria
como bandeira
defendê-la do raio e
da melancolia
dos ingénuos e também
dos canalhas
da retórica e das
paragens cardíacas
das endemias e das
academias
defender a alegria
como um destino
defendê-la do fogo e
dos bombeiros
dos suicidas e
homicidas
do descanso e do
cansaço
e da obrigação de
estar alegre
defender a alegria
como uma certeza
defendê-la do óxido e
da ronha
da famigerada patina
do tempo
do relento e do
oportunismo
ou dos proxenetas do
riso
defender a alegria
como um direito
defendê-la de deus e
do inverno
das maiúsculas e da
morte
dos apelidos e dos
lamentos
do azar
e também da alegria
Mario Benedetti, Lugares mal situados
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Hakim Sanai
Se conheces teu próprio valor,
qual necessidade existe em preocupar-se
com a aceitação ou o repúdio dos outros?
O Jardim amuralhado da verdade
qual necessidade existe em preocupar-se
com a aceitação ou o repúdio dos outros?
O Jardim amuralhado da verdade
domingo, 9 de setembro de 2012
Espírito Klimtiano: em ritmo de quase primavera!
Zecchin Vittorio
(dal ciclo Mille e una Notte)
Le principesse e i guerrieri, 1914
Olio e oro su tela, cm 171 x188
Galileo Chini
A Primavera
sábado, 8 de setembro de 2012
Hakim SANAI - O Jardim Amuralhado da Verdade
Tu, a vida de todos os
homens felizes,
Que concedes os
desejos daqueles que desejam.
O que faço bem, é
feito para ti;
Tu que és mais bondoso
comigo, que eu comigo mesmo
Não há limites à tua
misericórdia
Nem pausa na tua graça.
Seja o que for que me dês,
dá-me fé;
Aceita-me e permite-me
estar perto de ti,
Alegra meu coração com
o pensamento da divindade,
Inflama este corpo de
pó e vento!
É teu o papel de oferecer perdão e misericórdia,
O meu o vacilar e o
cair;
Imbecil que sou,
tomá-me,
Cambaleante bêbado que
sou, toma minha mão.
Livre tradução do espanhol, El Jardin Amurallado de la Verdad
Del maestro sufi Hakim SANAI - Ediciones Dervish International
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Rumi - Masnavi
Se desejas que Deus te seja agradável,
Olha então para Ele com os olhos daqueles que O amam.
Não olhes para essa Beleza com teus próprios olhos,
Olha para esse Objeto de desejo com os olhos dos Seus devotos;
Fecha os próprios olhos para não contemplarem esse doce Objeto,
E toma emprestado os olhos de Seus admiradores;
Mais ainda, toma emprestado d'Ele os olhos e a visão,
Para que não fiques desapontado com a visão.
Deus diz: "Quanto aquele que é de Deus, Deus também é dele ".
Deus diz: "Sou seu olho, sua mão , seu coração".
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Lygia Fagundes Telles
Ele fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma
leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece.
Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a
instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a
memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a
servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.
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