quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Adélia Prado

No armário do meu quarto escondo
De tempo e traça meu vestido
Estampado em fundo preto.
Eu o quis com paixão
E o vesti como um rito,
Meu vestido de amante...
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, valoriza-se a memória guardada,
Eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda.

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