domingo, 1 de agosto de 2010

Tempo de ipês



A natureza nos brinda, a cada ano, com esse festival de cores e beleza. Sou louca por ipês. Durante algum tempo tive o privilégio de ter uma casa com um ipê branco na calçada. Quando floria, rápido, suas flores caiam sobre o carro que deixava parado sob ele, de propósito é claro! E então eu saia, esparramando as flores que voavam pelo caminho por onde passava. Tinha ainda outro encanto: a piscina se cobria de flores, um gigantesco floral.
Talvez esse seja o resgate de minha infância: no nosso sítio tinha um balanço num tronco de ipê amarelo. O chão coberto de flores e a chuva dourada que caiam enquanto balançava me levavam para um mundo repleto de magia e encantamento.
Hoje, ainda tem ipê
em minha vida. Agora os dois ficam bem em frente da sacada do apartamento em que vivo e, se oferecem radiantes, num espetáculo róseo a cada ano.
Em tupi-guarani, ipê significa árvore de casca grossa. Não é uma dessas árvores que encantam todo o tempo. É preciso o tempo certo para vê-la em todo seu esplendor. Guarda secretamente, seu tesouro para então, florida, espalhar-se, deixando-se conduzir pelos saborosos braços do vento. Esse ritual de transformação, deixando-se desnudar inteiramente para só então cobrir-se de flores, rosas ou brancas ou amarelas, me fascina e tranquiliza. Vem a sensação de que tudo está no lugar certo, perfeita e harmoniosamente fluindo, com o pulsar compassado e rítmico da vida!

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