domingo, 24 de outubro de 2010

Escritos esparsos


28/março/1984 - Paris
O homem dorme. O metro enche-se e esvazia-se em cada estação. Seu braço pende ao longo do corpo, o homem endireita-se, dormindo. Sua respiração é leve, mas o barulho do metro é forte. O metro continua a engolir e vomitar pessoas apressadas para chegar a casa. O homem dorme. Que lhe importa a casa? Para seu corpo cansado, o metro é o melhor dos leitos.

O homem dorme. Sua boina caiu e ele não percebeu. Seu sono de trabalhador cansado não diminuí o barulho das pessoas que entram e saem, não apaga o barulho da máquina que segue devorando os trilhos. O homem dorme e seu sono é o mesmo de uma criança a quem os anjos protegem. O homem dorme!

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