Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes. Jalal ud-Din Rumi Neste blog você encontra poesias, textos escolhidos de diversos autores, dicas e alguns textos meus. Um mosaico dos encantos da mandala da vida.
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domingo, 28 de fevereiro de 2010
Anthony Robbins
Você tece uma cortina para se esconder atrás, ou cria um tapete mágico que vai levá-lo a alturas inigualáveis?"
Passos de Gigante, Anthony Robbins
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Aproximação e distanciamento
Como conseguir se distanciar de uma situação por demais turbulenta para perceber com clareza a melhor opção? Se todos os rios correm para o mar, como se deixar levar?
Como escolher nas encruzilhadas a melhor opção, a profissão, a pós-graduação, o amor, quando ainda não se vê o desenho do rio?
Buscar refúgio além das palavras. No aconchego dentro do ser. Permeada pelo exterior, entrar ainda mais no interior. Fundo, bem fundo. A respiração vai se tornando mais lenta, as expirações mais longas. Entrando e saindo, calmamente, suavemente, confortavelmente. Como o ar, deixar-se conduzir, além, muito além das palavras. Inspirar quietude, exalar ansiedades. Ir, ainda mais fundo, onde não mais existe dentro ou fora, onde se é um. Ser o todo e ser a parte, sem distinção, nem perto, nem longe. Mergulhar fundo nesse mar de sensações, de plenitude, de bem-aventurança, onde simplesmente se é, sem pensamentos. O ser vai fluindo, como flui a respiração, ritmado, no compasso do universo que pulsa e vibra, simplesmente sendo o que se é. E aos poucos, no ritmo e no tempo adequado, distanciar-se e olhar, observar as circunstâncias atuais, o que existe ao redor e assim conseguir uma visão do todo; como um zoom, que aproxima e distancia. Perceber a distância certa para conseguir a nitidez da imagem, sem as imperfeições que afastam. Simplesmente assim, confortavelmente, modificar a perspectiva do olhar, nas diferentes situações. Como planetas em suas órbitas sem colisões, encontrar seu lugar no espaço, sua posição no corpo, confortavelmente. Dançar a vida e nesse movimento resgatar a magnitude do traçado.
Entrar na substância escura, nas entrelinhas, nas frestas entreabertas e buscar a forma, feita de pureza e luz: retomar a leveza do ar!
Escrito por Virginia
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Cinquenta anos de cortesia
Um casal de idosos comemorava suas bodas de ouro, após longos anos de matrimônio. Enquanto tomavam juntos o café da manhã a esposa pensou: “Por cinqüenta anos tenho sempre sido atenciosa para com meu esposo e sempre lhe dei a parte crocante de cima do pão. Hoje desejo, finalmente, degustar eu mesma essa gostosura.” Ela espalhou manteiga na parte de cima e deu ao marido a outra metade. Ao contrário do que ela esperava, ele ficou muito satisfeito, beijou sua mão e disse: “Minha querida, tua acabas de me dar a maior alegria do dia. Por mais de cinqüenta anos eu não comi a parte de baixo do pão, que é minha parte preferida. Sempre pensei que eras tu quem devia tê-la, já que tanto a aprecias.
Contos de tradição oral – O MERCADOR E O PAPAGAIO – Nossrat Peseschkian
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Carlos Drummond de Andrade
é |
Amor, pois que é palavra essencial
Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da própria vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.
Drummond
O País da Cor é líquido e revela-se
na anilina dos vasos de farmácia.
Basta olhar e flutuo sobre o verde
não verde-mata, o verde além-do-verde.
E o azul é uma enseada redoma.
Quisera nascer lá, estou nascendo.
Varo a laguna de ouro do amarelo.
A cor é o existente; o mais, falácia.
BOITEMPO - Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Evidências da paixão por Helen Fisher
Helen Fisher é uma antropóloga america que vem estudando o amor.
Seguem alguns pontos publicados no livro POR QUE AMAMOS.
"A partir da leitura de poemas, canções e histórias de povos de todo o mundo, passei a acreditar que a capacidade para o amor romântico está firmemente entrelaçada no tecido do cérebro humano. O amor romântico é uma experiência humana universal.
O que é este sentimento volátil, com freqüência incontrolável, que se apodera da mente, trazendo alegria em um momento e desespero no outro?
Eis algumas características:
2. A atenção fica concentrada no ser amado, em detrimento do trabalho, familia, amigos. A atenção concentrada estende-se aos acontecimentos relacionados a ele, como canções, cartas, poesias.
3. Engrandecimento do amado(a), a lente cor-de-rosa do amor. A percepção dos defeitos é diminuida.
4. O pensamento intrusivo aparece, ou seja, você se pega pensando obcessivamente nele(a).
5. Um fervor emocional aparece, uma torrente de emoções internas inunda a mente. Alguns se tornam desastrados na presença do ser amado. Ou pálidos. Ou ruborizados. As pernas ficam frouxas ou a respiração acelera. Podem aparecer borboletas no estômago.
6. Ocorre uma química energizante. Pode-se ficar sem apetite ou sono devido a essa energia intensa. Existe uma turbulência interior do amante que pode produzir gagueira, coração acelerado e falta de fôlego.
7. As oscilações de humor vão do êxtase ao desespero ou raiva conforme sinta o amor retribuído ou ignorado, sentindo-se rejeitado(a).
8. O desejo de união emocional aparece, sem o amado sentem-se incompletos, vazios. Um estado de necessidade surge, a identidade se tolda.
9. Quando o amante não sabe se é apreciado e retribuído, torna-se hiper sensível aos sinais enviados pelo adorado, procura por pistas que evidenciem se é ou não amado.
10.Ocorre, as vezes, uma mudança de prioridades - modifica o estilo de guarda-roupa, hábitos e até valores para conquistar o amado.
11. Gera uma dependência emocional - Os amantes se tornam muito dependentes do relacionamento.
12. Consequentemente, os amados nutrem uma profunda empatia.
13. A adversidade alimenta a paixão. Até as discussões ou rompimentos temporários podem ser estimulantes.
14. A esperança é outra característica predominante do amor romântico.
15. Intenso anseio do amante por união sexual com o amado.
16. Os amantes também querem exclusividade sexual. Eles não desejam ter seu relacionamento "sagrado" maculado por terceiros.
17. Junto com o impulso para garantir a fidelidade sexual durante a corte, veio uma característica menos atraente do amor romântico, o ciúme."Quem não sente ciúme não é capaz de amar". Capelão chamava o ciúme de "ama-de-leite do amor"
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Rumi - desejos e dons
O verdadeiro dom não passa pela imaginação do homem; pois tudo é proporcional à sua intenção e a seu valor. Mas o dom de Deus é proporcional ao poder de Deus. O dom é o que é digno de Deus, e não da imaginação e da intenção do homem. O que o olho não viu, o que o ouvido não ouviu, e que não passou pelo coração do homem. Tudo o que esperas de Meus dons, os olhos viram, os ouvidos ouviram e estiveram presentes nos corações. Mas Meus dons transcendem tudo isso.
Rumi- FIHI-MA-FIHI
Referência à Primeira Epístola aos Coríntios
domingo, 21 de fevereiro de 2010
O gato
Ode ao gato - Pablo Neruda
(trecho)
Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.
Intuição
Com alimentar a intuição para que ela seja bem nutrida e responda aos nossos pedidos de que esquadrinhe as cercanias? Nós a alimentamos de vida _ ela se alimenta de vida quando nós prestamos atenção a ela. DE QUE VALE UMA VOZ SEM UM OUVIDO QUE A RECEBA?
Nós fortalecemos nosso laços com a vida intuitiva quando prestamos atenção à voz interior a cada curva da estrada; "Devo ir para esse lado ou para o outro? Devo ficar ou partir? Devo resisitir ou ser flexível? Devo fugir ou correr na sua direção?"
Não há benção maior que uma mãe possa dar a filha do que uma confiança na veracidade da sua própria intuição. É transmitida de pai para filho, definida como a verdadeira fala da alma.
Clarissa Pinkola Estés - Mulheres que correm com os lobos
sábado, 20 de fevereiro de 2010
O riso
“O riso é um lado oculto da sexualidade feminina: ele é físico, essencial, arrebatado, revitalizante e, portanto, excitante. É uma sexualidade de alegria, só pelo momento, um verdadeiro amor sensual que voa solto e que vive, morre e volta a viver da sua própria energia. Ele é sagrado por ser tão medicinal. É sensual por despertar o corpo e as emoções. Ele é sexual por ser excitante e gerar ondas de prazer. Ele não é unidimensional, pois o riso é algo que compartilhamos com nosso próprio self bem como com muitos outros. É a sexualidade mais selvagem da mulher.”
Clarissa Pinkola Estés – Mulheres que correm com os lobos.