Verão
Alberto Caeiro - Heterônimo de Fernando Pessoa (1888-1935)
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
e espreita para o calor dos campos com a cara toda,
às vezes de repente, bate-me a Natureza de chapa
na cara dos meus sentidos,
e eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
não sei bem como nem o quê
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia de perceber?
Quando o verão me passa pela cara
a mão leve e quente de sua brisa,
só tenho que sentir agrado porque é brisa
ou que sentir desagrado porque é quente,
e de qualquer maneira que eu o sinta,
assim, porque assim o sinto, é que é
meu dever senti-lo
.
Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes. Jalal ud-Din Rumi Neste blog você encontra poesias, textos escolhidos de diversos autores, dicas e alguns textos meus. Um mosaico dos encantos da mandala da vida.
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